PELOTA BASCA

Publicado  quarta-feira, 19 de outubro de 2011



PELOTA BASCA




O jogo de bola grande, pequena ou média, existiu sempre no mundo? É difícil de invalidar esta hipótese, visto que em toda parte existem vestígios deste ponto em comum: a bola ... Conseqüentemente, a bola, seja ela de resina, de couro, de fibras de palma, de madeira ou de cobre, jogada com os pés, a mão ou com a ajuda de algum tipo de instrumento, tem dado lugar sempre às diversões populares, jogos e frequentemente às apostas". (Le Flochmoan: "O Gênesis dos Esportes".)
Ao contrário de outros esportes mais recentes, a existência de jogos diferentes e variados de bola data de muito tempo atrás. A denominação de "jogo de bola" ou "para jogar a bola" não é um conceito univocal que fale sobre uma determinada especialidade do esporte. São muitas as culturas e os países que praticaram algum tipo de jogo de bola.

De fato, quase todos os esportes atuais cujo elemento básico constitui uma bola têm como ancestral alguma modalidade de um jogo de bola da antiguidade. Mas apesar da abundante literatura existente, esta não nos ajuda a esclarecer o panorama. A falta do rigor científico em muitas das investigações, a profusão de nomeações de "autoridades presumidas" na matéria, a generalização abusiva dos dados e da confiabilidade duvidosa nos casos, contribuíram para escurecer o esplêndido panorama a que, durante todo os séculos, os diferentes jogos de bola deram forma. Sendo assim, se algo pode caracterizar os jogos de bola é sua riqueza e diversidade.
Concordamos que para o objetivo desse texto existe a necessidade de limitar o que compreendemos por bola ou esportes de bola. Ou de esclarecer sobre quais especialidades ou modalidades de bola estamos nos referindo (no restante do texto passaremos a nos referir a bola como pelota).


Quadra oficial de Pelota Basca
Em uma quadra (foto acima) toda cercada por paredões, a pelota basca pode ser jogada tanto no modo simples (um contra o outro) como em duplas.

Cesta do jogo de Pelota Basca - Cesta Punta
Com uma cesta (foto acima) em forma de trilho, cada jogador ou dupla deve jogar a pelota (bola) contra um frontão, que são duas paredes que formam um ângulo de 90 graus, acima de uma linha que varia de 90 centímetros a 1 metro do chão. Ao voltar, a pelota pode picar apenas uma vez no chão tendo que ser pega pelo adversário, caso contrário, ele sofre um ponto. A partida no simples é disputada até 25 pontos enquanto nas duplas a partida encerra em 35 pontos.

Jogo Pelota Basca Cesta Punta
O jogo de pelota basca, que já fez parte das Olimpíadas de 1900, em Paris, na França, é considerado um dos mais velozes do mundo, pois a pelota (bolinha) de 125 gramas pode chegar a uma velocidade incrível de 300 Km/h.

Pelota Basca Mano (jogado apenas com as mãos)
Importante ressaltar que existem outras modalidades de Pelota Basca. A que estou explicando acima é a modalidade Cesta Punta. As outras modalidades existentes são: Joko Garbi, Mano (foto acima), Share, Pala Corta, Paleta Cuero, Paleta Goma e Frontenis.


5. COMPETIÇÔES DE PELOTA

A importância dos desafios entre os pelotaris, alguns dos quais entraram para a história, geraram relatos precisos de onde temos as primeiras notícias históricas fidedignas da prática da pelota, podemos mencionar entre eles: o desafio de Hernani (1720) entre navarros e guipuzcoanos, o de Bayona (1755) entre vasco-franceses, o de Cartagena, e no mesmo ano, entre navarros e levantinos, o de Leiza, em Navarra (1759), e muitos outros. Em todos as crônicas emfatizam o ambiente popular e festivo em que eram celebrados, a relevância do acontecimento, as grandes apostas que foram feitas entre aqueles a favor de um lado ou do outro, e outros detalhes engraçados. Infelizmente, pouco podemos obter destas referências para reconstruir o tipo de jogo que se praticou e como se desenvolveu.
Estamos em pleno século XVIII e o jogo de pelota por antonomasia era o "jogo renuncía" com luva ou laxoa. Salvo as figuras históricas de Perkain, o pelotari dos Aldudes, Arantza, Simón, Indart, etc, pertencentes à última década do século, em tempos mais recentes - no último terço do século XIX nos encontramos com o começo do profissionalismo, que vai se formando paralelamente a proliferação dos desafios e dos confrontos entre pelotaris de renome como da reputação de "Chiquito de Azcoitia", "Pola" de Marquina, "Bisimodu", padre Laba, "Paysandú" e o gênio da eplota: "Chiquito de muitos cronistas representaram o ponto mais alto do pelotarismo.  
Na última década do século XIX e nos vinte primeiros anos do século XX assistimos à implantação de empresas de profissionais, a consolidação das modalidades mais representativas da pelota: mano, pala, remonte e cesta punta, à expansão do pelotarismo pelo mundo inteiro.
A partir dos anos vinte, e de forma um tanto esporádica, se organizaram os torneios e campeonatos de mano, remonte e pala entre os pelotaris profissionais. No ano de 1924 se apresentou a pelota como esporte de exibição nos jogos olímpicos de Paris. A relevância deste evento acelera o processo de configuração da Federação Internacional de Pelota Vasca (FIPV) (1929-30), cuja atividade competitiva não começará até 1952 com o celebração do primeiro Campeonato do Mundo de Pelota. No campo amador as competições começam em 1925, data de constituição da Confederação Espanhola de Pelota Vasca. São incluidas as modalidades de mano (duplas), pala, remonte e cesta punta. Participam as federações das pronvíncias de Álava, Aragón, Castilla, Catalu�, Guipúzcoa, Navarra, Salamanca e Vizcaya.
Após o parênteses da guerra civil, em 1940 recomeça a atividade federativa e com ela a competição, continuando sem interrupção até hoje. Se introduziu a modalidade de mano (individual) e a especialidade de pala corta. Nasce assim o Torneo de Federaciones, a competição mais importante do panorama amador que é desenvolvido pelo sistema de liga de duas rodadas e nos níveis de primeira e segunda categorias. As quatro primeiras federações classificadas em cada especialidade disputam a Copa pelo sistema de eliminação simples: semifinals (primeiro contra quarto e segundo contra terceiro) e a final: vencedores de ambas as partidas que disputam o título. A federação que mais títulos obtêm se proclama campeã.
Na década de 60 um grande desenvolvimento da atividade competitiva ocorre. Nascem os campeonatos nacionais (juvenil e de clubes), em primeira e segunda categoria. Se multiplicam os torneios comerciais e regionais: Torneo Gravn (entre as federações Guipúzcoa, Rioja, Álava, Vizcaya e Navarra) na categoria absoluta, juvenil e escolar; Semana de Pelota de Gijón; Torneo San Isidro de Mano (Madrid); Torneo San Fermín Chiquito de Pala Corta e Paleta Cuero (Pamplona), etc, que são um fiel reflexo do aumento da atividade em toda a geografia espanhola.
Atualmente por causa do panorama da pelota foram modificadas as estruturas das competições existentes, adaptando-as à realidade atual, separando a mano e as com ferramenta e se criando novas competições: Campeonato Europeu de Clubes (frontão de 30m, 36m e cesta punta), Abertos da Espanha (frontenis, cesta punta, mano e ferramentas em frontão de 36 metros e trinquete). Um amplo programa de atividades que confirmam o crescimento da pelota, até agora desconhecida, que permite encarar com otimismo o futuro do esporte.



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